quarta-feira, 30 de novembro de 2011

FOI REALIZADA A 1ª ETAPA DO CURSO DO PROJETO JOVENS QUENTES NA PROMOÇÃO DE DIREITOS E JUSTIÇA CLIMÁTICA

 DURANTE OS DIAS 27 E 28 DE AGOSTO DE 2011, ACONTECEU A 1ª ETAPA DO CURSO DE AGENTES CULTURAIS JOVENS RURAIS E URBANOS, EM DELMIRO GOUVEIA/AL, O MESMO ESTÁ SENDO DESENVOLVIDO COM O APOIO DAS IGREJAS NORUEGUESA E COM ASSESSORIA DA KOININIA- PRESENÇA ECUMÊNICA E SERVIÇOS QUE TEM PARCERIA COM ENTIDADES DE BASES, STTR, ONG, A COPPABACS, DENTRE OUTRAS.
 
  

ROTEIRO: 

DIA 27 DE AGOSTO
DIA 28 DE AGOSTO
MANHÃ
07:30h- Acolhida com café da manhã. 08:30 h- 1º-Passo- Integração dos participantes: -Mística de abertura;
08:50h- 2º-Passo- Apresentação dos facilitadores e da metodologia do curso; 09:20h- 3º-Passo- Apresentação dos participantes/ expectativas.
10:00h- 4º- Passo- Acordo de convivência.
Lanche
10:20h-5º-Passo- Auto reconhecimento / perfil dos jovens utilizando a técnicas das rodas das identidades;
6º-Passo- Construindo nossa identidade;
·         Álbum de Retratos: trabalho em grupo e reflexão sobre o desenho.
12:30h- Almoço.
07:30h- Café da manhã.
08:30h- 9º-Passo- Resgate do dia anterior trocando experiências.
-Dinâmica.
09:20h-10º-Passo- Oficina de leitura do texto em grupos geográficos e conferência livre. Exposição dialogada sobre Direitos Humanos Econômicos, Sociais, Culturais, Ambientais, Civis e Políticos. (trabalho em grupo).
-Plenária: socialização e aprovação das propostas.

12:00h - Almoço

TARDE
13:30h-7º-Passo-Ação Cultural-Leitura coletiva do texto sobre ação cultural:
·         Oficina de leitura dos textos realidade urbana e rural;
·         Trabalhos em grupos com cartaz;
·         Roda de conversa em plenária: socialização e debate;
Lanche

7.1-Planejar a Ação Cultural.
18:30- Jantar.
13:00h- 11º-Passo-Diagnótico: para trazer na 2ª etapa.

15:30h-12º-passo-Avaliação e encerramento.
N

8º passo- Noite cultural.





 RELATÓRIO DESTA 1ª ETAPA DO CURSO DE AGENTES CULTURAIS.
 Iniciamos a primeira etapa do curso de Agentes Culturais Jovens Rurais e Urbanos, acolhendo os participantes com o Café da manhã, logo em seguida, realizamos abertura em circulo com a mística do dar às mãos e recebê-las e a mensagem: Que bom que você veio. Na sequência as Facilitadoras: Maria José Guerra, Quitéria Gonçalves Silva, Verônica Santos Gomes e apoiadoras Aline Oliveira silva e Kátia pereira se apresentaram e respectivamente falaram o nome do curso, objetivos, metodologia, no qual será realizada em três etapas, e organizações de referencias. Salientamos que os estudantes da UNEB participaram deste curso, como também colaboraram no processo mediante estágio de intervenção, na COPPABACS, da disciplina de educação não formal. Temos como tema deste módulo a construção da identidade das juventudes e o objetivo de articular, sensibilizar e mobilizar os jovens na tarefa de agentes multiplicadores e que percebam e entendam que as políticas públicas estão presentes nas ações educacionais dentro do município/território.

Seguimos para apresentação dos participantes com levantamento das expectativas através de desenhos ou frases motivadoras:
·         Novos conhecimentos;
·         Que tenha muito diálogo e trocas de experiências;
·         Compartilhar o que já sei e aprender com os demais;
·         Construir pontes de amizades com os novos cursistas e que possamos fortalecer nossas bases e a rede ecumênica de juventude (REJU/KOINONIA);
·         Aprender com alegria e que depois tenha intercâmbios de vivências;
·         Fortalecer o processo rural na educação;
·         União entre todos (jovens rurais e urbanos);
·         Ampliar conhecimentos sobre protagonismo juvenil para ajudar os outros também;
·         Conhecimentos sobre a formação para multiplicar na minha comunidade;
·         Espero que esse curso ajude aos jovens a se desenvolverem mais;
·         Troca de conhecimentos;
·         Buscar soluções para os problemas ambientais;
·         Aprender/ensinar e incentivar a luta dos jovens rurais e urbanos para um mundo melhor;
·         Levar luz e esperança para as comunidades;
·         Ter liberdade para se expressar e contribuir para amenizar os problemas das nossas comunidades;
·         Aprender e socializar o que aprendi na minha comunidade;
·         Novos objetivos e que seja ótimo trabalho;
·         Aprender juntos para construir um mundo mais justo;
·         Que seja ótimo, porque é a primeira vez que participo, mas pretendo participar das demais etapas também.
·         Conhecer como funciona a metodologia deste curso e desejo desenvolver ações na faculdade (UNEB).
·         Ansiedade, mas espero que seja bom.
·         Fortalecer o processo de educação no e para o campo, socializar os conhecimentos adquiridos com uma breve passagem pelo seguimento de educação de juventude rural que se constitui de experiências vivenciadas diariamente.

Construímos coletivamente o acordo de convivência por meio de compromissos, respeito mútuo, diálogo, participação, cumprir horários, animação, doação e formamos equipes de apoio:
Animação
Horário
Relatório

Avaliação
Ambiente
Veronica
Wellington
Quitéria
Naldiane
Guerra
Deraldo
Lucas
Ivie
Manuela
Quitéria
Maria Guerra
Aline
Veronica
Cícero
Sinivaldo
Íris
Eliana
Katia


Em círculo salientamos a importância do significado da roda, para autoreconhecimento das identidades, utilizando a técnica das rodas das identidades, onde os participantes formaram pequenas rodas para a construção do perfil dos cursistas:



MUNICÍPIO
SEXO
IDADE
DENOMINAÇÃO RELIGIOSA
Delmiro Gouveia = 18;
Olho D Água das Flores =06;
São José da Tapera =03;
Pariconha= 04;
Mulheres = 17
Homens = 14
De 13 a 14 anos= 02
De 15 a 20 anos= 15;
De 21 a 25= 07; de 26 a 32=06; acima de 32= 01.

Católicos= 26; Assembleia de Deus= 01;
Evangelho do Quadrangular=01;
Igreja Batista=02;
Sem Religião= 02;

ENTIDADE/
ORGANIZAÇÕES
GRAU DE ESCOLARIDADE
RAÇA/ ETNIA

LOCALIDADE
COPPABACS= 07;
MAC= 02;
Assent. Lameirão = 03
Grupo de jovens do pov. Malhada= 05;
STTR – São José da Tapera=01;
UNEB= 05;
COCREAL= 01;
Aldeia/ ACNSS= 04;
REJU/KOINONIA= 03.

Ens.Fun. Inc. = 10;
Ens.Fun. Comp.=01
Ens.Méd.Inc.= 09
Ens.Méd. Comp. = 05;
Superior Inc.= 06.
Brancos= 04;
Índios= 04;
Negros= 12;
Pardos= 11.
Zona Rural= 21;
Zona Urbana= 10.








TOTAL= 31

Fizemos a dinâmica da pipoca em seguida vivenciamos a técnica do álbum de retratos onde as/os cursistas desenharam individualmente um objeto ou animal que se identificam. Socializando-os em plenária, nela debatemos, refletimos e relacionamos os desenhos com nossa identidade, diversidades, nossas experiências e construímos nosso álbum de retratos:
ü  Vela que representa luz, borboleta- liberdade, folha ­­­­­­verde, simboliza esperança; flor – alegria;
ü  Baú que representa as recordações;
ü  Meio ambiente precisamos ter sensibilidade e cuidar bem dele, para respirar o ar puro;
ü  Cão representa companheirismo, obediência.
ü  Gato porque ele gosta de carinho;
ü  Sol - iluminação, energia, clarão, vigor, fé, sustentação;
ü  Lápis e borracha- escrever a história e os erros que porventura surgirem apaga-los, para recomeçar uma nova historia;
ü  Árvores- gera frutos e se renova.
ü  Bem te vi e borboleta-representa liberdade;
ü  Vaso- frágil, precisamos cuidar do outro, são depositadas belas flores;
ü  Natureza – renovada, feliz, alegre, de tão bela que inspira;
ü  Pássaro- livre arbítrio de voar e liberdade de escolher o caminho para plantar novas sementes;
ü  Paisagem – crianças brincando perto do rio, animais, tranquilidade e paz;
ü  Fênix- quando todo mundo pensa que ela caiu e desistiu da vida, ela ressurge com todo vigor e mostra a todos que por mais que ela caia, ela sacode a poeira, levanta a cabeça e segue em frente;
ü  Pau pereiro – todo pau flora e cai, mas o pau pereiro não, árvore resistente do Sertão;
ü  Cactus – resistência, planta inteligente, pois troca às folhas pelos espinhos para se proteger;
ü  Nuvens, flores, borboleta- agir com nossos próprios objetivos.

Utilizamos a dinâmica da maquina fotográfica para as recordações, marcas, linha do tempo, memoria, reviver momentos e avaliar a nossa prática, provocando uma reflexão das nossas atitudes em relação ao agir com o outro, na vivencia do liderar e ser liderado. Cada passo, será referência, beba desta fonte, passe energia desta nova perspectiva de um mundo mais humano.  Que recordação quer deixar para outros jovens?
O processo dinâmico vivenciado apontou meios para adentrar na temática da ação cultural, por intermédio da leitura coletiva do texto sobre ação cultural. Na roda de conversa em plenária, refletimos sobre o texto em discussão. Destacamos os pensamentos comuns: os jovens já realizam ações culturais mesmo com algumas dificuldades de articulação e mobilização para solucionar os problemas das comunidades.
Na comunidade Malhada temos o grupo de jovens que planejam e realizam as festividades de padroeiro. Houve muitas dificuldades no início porque os adultos resistiam e criticavam por não acreditar na capacidade dos jovens, mas hoje são os jovens que realizam a maior parte deste festejo. Na Zona Urbana, no Bairro Novo está sendo construída uma horta e uma biblioteca comunitária pelo Movimento de Crianças e Adolescentes (MAC).
A partir do Curso de Agentes Culturais realizado em 2009, pela paroquia Nossa Senhora do Rosário em parceria com KOINONIA foi despertada as primeiras ações culturais, que até hoje estão sendo realizadas através do protagonismo juvenil que foi promovido, tanto no povoado Malhada quanto no Assentamento Lameirão.
Somos juventudes para cooperar nestes espaços, queremos que sejam implementadas e efetivadas as politicas públicas.  Atualmente somos jovens e exigimos que os Direitos Humanos, Econômicos, Sociais, Civis e Ambientais (DHESCA) sejam garantidos para que possamos chegar à fase adulta, equilibrados psicologicamente e emponderados de conhecimentos.
Para a realização das oficinas de leitura os grupos foram divididos por proximidades geográficas e características comuns do lugar em que vive, para dialogarem a partir da leitura dos textos a realidade rural e urbana e construir cartazes com desenhos que retrate as realidades das juventudes. As relevantes atividades desenvolvidas contemplam os quatro pilares da educação: aprender a conhecer, a fazer, a conviver e a ser.
Apresentação, socialização e debate dos grupos em plenária:
Comunidades /Grupo

O que temos?
O que queremos?


Lameirão, gato, malhada e contribuição de são José da Tapera.
   Escola ensino Fundamental I, Campo de Futebol, igreja,
  Rio são Francisco (somente em lameirão).
   Torneios, bingos, festejos;
   Grupo de jovens;
   Formação dos Bancos Comunitários de Sementes;
    Programa de Cisternas.

      Iluminação;
      Quadras poliesportivas;
  Escola e educação de qualidade para todos;
     Melhoria no atendimento da saúde;
      Estradas de qualidade;
  Condições de trabalho
     Pracinha para momento livre e lazer;
   Intercambio cultural;

Moxotó.  

       Escola,
  Igreja
       Centro Comunitário;
  Grupos de jovens; 
         Formação dos Bancos Comunitários de Sementes;
  Cisternas de placa.

   Segurança, pois vem ocorrendo muitos assaltos;
   Trabalho;
   Resgate e preservação da cultura;
      Lazer;
     Educação de qualidade.



Comunidades /Grupo

O que temos?
O que queremos?

Ouricuri
   Posto de saúde de atendimento razoável;
   Banco de sementes e projeto de cisternas;
  Segurança; quadra esportiva para lazer;
  Valorização da cultura dos povos tradicionais;

UNEB, MAC.


   Biblioteca, horta (MAC).
   Grupos de jovens;
   Garagem rip- rock,
    ABADEL;
   Legião de Maria
Juvenil;
   Pastoral da Juventude;
   REJU e RECID;
   Capoeira;
     Skatistas.
   ProJovem Adolescente;
   PETI;
   Campus da UFAL;
     COPPABACS.

  Ensino de qualidade em todos os níveis;
   1º multiplicar o que vimos nesta etapa para os demais e planejar a ação depois realizá-la;
  Segurança;
  Saúde;
   Saneamento básico



Estes grupos deram ainda o ponta pé inicial para o planejamento de uma ação cultural que será realizada nas comunidades e no município descritas na tabela abaixo:
Município/ comunidade
Tipo de Ação cultural
Objetivos gerais
Resp. pela coordenação
Moxotó/Ouricuri
Encontros com jovens e Torneio de futebol.
Encontros com jovens da comunidade para discutir interesses das juventudes, repassar informações e logo após torneio de futebol;
Incentivo do esporte e lazer;
Cursistas: Lucas, Cícero, Sinivaldo, José Miranda. Com apoio da ANSS.
Bairro Novo (MAC)
-Estruturar a  biblioteca e uma horta comunitária.
-multiplicar os conhecimentos no MAC.
-Incentivar o gosto pela leitura;
-Desenvolver a criatividade;
-cuidado com o meio ambiente e alimentação saudável e redução de gastos.
Cursistas (Francinaldo e Jéssica) com apoio do MAC
Delmiro Gouveia (UNEB)
Encontro na UNEB;
Multiplicar as experiências nas salas de aula.
Sistematizar experiências de educação popular.
-Intercambiar e fortalecer as lutas das juventudes, Educação Popular e Agricultura Familiar.

Cursistas e apoio da UNEB
Lameirão/Malhada
Reuniões com os jovens da base para repasse de informações e definir a ação cultural.
Ampliar a participação dos jovens e multiplicar nos grupos os conhecimentos adquiridos;
Valorização e preservação da cultura local.
Cursistas com o apoio de Kátia e Aline.
Sítio Gato
-Reconstrução do campo de futebol para realizar torneio de futebol feminino.
-Mobilização na comunidade para incentivo do esporte e lazer;
-Desenvolver ações socioambientais.
Cursistas: Eliane e Iris com apoio do grupo.

Observação: Na plenária, todos os grupos tiveram um objetivo em comum, no qual, após esta etapa irão reunir e dialogar nas bases para repassar informações e tentar envolver mais jovens no processo.
A noite cultural foi realizada através de músicas, concurso da dança da laranja, correio da amizade, jogos e comes e bebes e muita diversão. Já no segundo dia iniciamos as atividades em círculo, todos aquecendo as mãos e transmitindo uma corrente de energias positivas, mística do Toré conduzida pelos cursistas indígenas e sentimento do dia através de uma palavra, tais quais:
Paz, motivação, otimismo, harmonia, alegria, amor, as meninas do curso são lindas, Direitos Humanos, Econômicos, civis, ambientais políticos (DHESCA), sabedoria, justiça social, amor a Deus, fé, entusiasmo, felicidades, cultura, direitos das mulheres.
Fizemos uma retrospectiva do dia anterior por meio do desenho do pezinho simbolizando os passos vivenciados. E partimos para a realização da Conferência Livre de Juventudes nos baseando nos cinco eixos (Direito ao Desenvolvimento Integral, Direito ao Território, Direito à experimentação e qualidade de vida, Direito à diversidade e à vida segura e Direito à participação) do texto base da 2ª Conferência Nacional de Políticas Públicas de Juventudes e na Plataforma Política das Juventudes dos Territórios Nordestinos.
Nós, facilitadoras, fizemos uma provocação/reflexão com os cursistas sobre os itens: Sociedade opressora, capitalismo, mídia, avanços tecnológicos, Cidadania, aquecimento global e exposição dialogada sobre Direitos Humanos, Econômicos, Sociais, Culturais, Ambientais, Civis e Políticos.
Divisão dos grupos por eixo temático para debates e elaboração das propostas sobre a realidade dos jovens rurais e urbanos a partir das dificuldades existentes e das ações que já vem sendo realizadas nas comunidades, após a discussão e construção das propostas foram socializadas e aprovadas em plenária.
Explicação sobre o que é e como fazer um diagnóstico e entrega do modelo para os jovens realiza-lo nas comunidades, que deverão ser entregue na 2ª etapa.
Avaliamos esta 1ª etapa com mística do toré e a dinâmica pisa ligeiro onde cada participante respondia com que sentimento está saindo desta etapa:
Aprendi muitas coisas boas, renovação de conhecimentos e com o compromisso de repassar para os demais, gratidão, olhar diferente para quem vive na zona rural, feliz, grata, nova visão sobre a realidade da educação não formal, autoconhecimentos, realização, motivação, aprendizagem, sabedoria e amizade, conhecimentos, gratidão e esperança para voltar na 2ª etapa, motivação, entusiasmo, renovada, alegre por ter colaborado na etapa, fé e esperança, feliz por ter participado. Precisamos ir à luta, ser espelho para os outros jovens, participar de espaços de discussões políticas. Agradecimentos a Deus e a todos que contribuíram para que esse momento acontecesse, encerramos com abraço coletivo e almoço.
Material didático utilizado: cartolinas, targetas, pincéis, canetas, chamex, papel madeira, pastas, câmara digital, sementes, livros, cartilhas, panfletos e outros produzidos em outras experiências de movimentos sociais, banner da REJU, durex, data show, not book, caixa de som, tesouras, impressora, computador.



 ANEXO:


RELATÓRIO DE CONFERÊNCIA LIVRE

Informações Gerais sobre a Conferência Livre

Data de realização: 28 de agosto de 2011 (Domingo)

Estado: Delmiro Gouvêia                                           Município: Alagoas

Local: Cooperativa dos Pequenos Produtores agrícolas de Bancos Comunitários de Sementes. Rua Antônio Ivo, sn. Bairro Novo.

Nome da Entidade/Movimento/Grupo que organizou a Conferência: Rede Ecumênica da Juventude (REJU)
Número de pessoas participantes: 30 (16-M e 14-F).
Número de organizações participantes: 11. Nomes: REJU, Igreja Batista, Igreja Presbiteriana, Igreja Católica, Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Cooperativa dos Pequenos Produtores de Bancos comunitários de Sementes (COPPABACS), Assentamento Lameirão, Associação Comunitária Nossa Sr.ª da Saúde (ACNSS) de Pariconha, Igreja do Evangelho Quadrangular, Movimento de Adolescentes e Crianças (MAC), Grupo de Jovens do Pov. Malhada.


Dados do responsável pelo preenchimento deste relatório:
Nome completo: Maria José Guerra e Quitéria Gonçalves Silva
Organização: Rede Ecumênica da Juventude (REJU)
E-mail: mj.guerra@hotmail.com e quiteriags@hotmail.com

Relato da Conferência Livre

1.    Breve resumo do debate de contextualização
A contextualização teve como referência o texto-base da 2ª Conferência Nacional de Juventude. Cada participante teve acesso ao material. No início, foram apresentadas as concepções de Políticas Públicas para as Juventudes, refletindo, também, como os movimentos sociais, Universidades, as comunidades tradicionais e religiosas podem contribuir neste processo de articulação e debate. Além desta apresentação inicial, a contextualização se deu também a partir das especificidades do texto de referência, como a necessidade de efetivação de marco legal para a juventude (Plano Nacional da Juventude e Estatuto da Juventude), dos cinco eixos da Conferência (Direito ao Desenvolvimento Integral, Direito ao Território, Direito à experimentação e qualidade de vida, Direito à diversidade e à vida segura e Direito à participação) e da Plataforma Política das Juventudes dos Territórios Nordestinos. Utilizando-se da Educação Popular para promover ações transformadoras percebendo o cenário, compreendendo o mundo e interagindo com os sujeitos para melhorar o modelo de sociedade que temos atualmente.

2.    Informe o(s) eixo(s) e as emendas, propostas ou diretrizes ao Texto-Base discutidas:
Caso sejam emendas, identifique se são: Aditivas, Substitutivas ou Supressivas (parcial ou total)

Eixo 1 – Direito ao desenvolvimento integral
Desafio 1 – Ineficiência do sistema educacional.
Proposta: Gestão democrática nas instituições de ensino, incluindo obrigatoriedade da equipe multidisciplinar (pedagogo, psicólogo, assistente social, psicopedagogo), disponibilizar aos estudantes o acesso efetivo nos laboratórios tecnológicos, educação contextualizada e valorização dos profissionais da educação escolar garantidos na forma da lei planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público como rege a LDB.

Desafio 2 – Descentralização e fiscalização intensiva do projovem adolescente.
Proposta: Criação de coletivos nas comunidades rurais e nos bairros e viabilização de fiscalização intensiva por parte do órgão federal para que elas sejam executadas com eficácia.

Desafio 3 Garantir políticas públicas educacionais.
Proposta: Ampliação da rede de ensino nos territórios, desde a educação Básica, cursos Profissionalizantes até os cursos de Graduação, priorizando os IFET’s, Universidades Estaduais e Federais, EAD e UAB.

Desafio 4 – Ineficiência de formação técnica com juventudes para elaboração de projetos.
Proposta: Capacitação e formação para as juventudes, em gestão e execução de projetos.

Eixo 2 – Direito ao território
Desafio 1 – Ineficiência de transporte escolar.
Proposta: Garantir transporte escolar de qualidade, em especial nas zonas mais periféricas da cidade e na zona rural. Que se garanta para todos os níveis e modalidades de ensino a merenda e transporte escolar de qualidade para as juventudes e estudantes.

Desafio 2 – Permitir a permanência do jovem no campo
Proposta: Efetivar a educação do e no campo, pública, gratuita e de qualidade, implantando as diretrizes operacionais, garantindo a infraestrutura e mudança que contemple a diversidade regional, atendendo todos os níveis (básico, profissionalizante e superior) e disponibilizar aos estudantes o acesso à tecnologia nestes espaços.

Desafio 3 – Resgate e preservação das diversidades culturais do país.
Proposta: Resgatar e preservar as diversidades culturais do país garantindo seus direitos de permanência no seu território. Estabelecimento de políticas públicas culturais permanentes direcionadas às juventudes tendo ética, estética e economia como pilares em gestão compartilhada com a sociedade civil, a exemplo dos pontos de cultura, que possibilitem acesso a recursos de maneira desburocratizada, levando em consideração a diversidade cultural de cada região e o diálogo intergeracional. Criando um mecanismo específico de apoio e incentivo financeiro aos jovens (bolsas) para formação e capacitação como artistas, animadores e agentes culturais multiplicadores.

Desafio 4 – Ineficiência de projetos agro florestais.
Proposta: Implantar projetos e políticas nas áreas ambientais, utilizando recursos como do fat (fundo de amparo ao trabalhador), entre outros e qualificar as juventudes para atuarem em projetos de educação ambiental, unidades de conservação, ecoturismo, recuperação das áreas degradadas dentre outras e que estas possam garantir oportunidades tanto de trabalho, como para a preservação ambiental. Além disso, construção de um marco legal que viabilize o cooperativismo, a economia solidária e o empreendedorismo das juventudes do campo e da cidade e acesso ao crédito.

Eixo 3 – Direito à experimentação e qualidade de vida
Desafio 1 – Ausência das políticas públicas de saúde.
Proposta: Garantir políticas de saúde para as juventudes do campo e da cidade, considerando as questões de gênero, raça e etnia.

Desafio 2 – Juventudes, Família e espaços
Proposta: Criar e implementar políticas públicas que atendam as necessidades das juventudes, sejam elas: econômicas, sociais, psicológicos, esportivos, culturais, ambientais, com objetivo de aproximar o jovem da família por meio de um centro específico para a juventude. Fomentar a existência destes espaços de referencia das juventudes e a capacitação de agentes que trabalhem neste local.
Desafio 3 – Ineficiência centros/espaços públicos para tempo livre.
Proposta: Criação de centros públicos e gratuitos de tempo livre e lazer, a partir da construção ou reutilização dos espaços públicos, seguindo critérios de descentralização dos municípios polos, dotados de infra-estrutura de esporte, lazer, cultura e acesso aos meios tecnológicos de forma inclusiva, garantindo o desenvolvimento local tanto nos centros urbanos, rurais, como nas regiões de vulnerabilidade.
           
Eixo 4 – Direito à diversidade e à vida segura
Desafio 1 – Criminalização e extermínio da juventude, principalmente negra e empobrecida.
Proposta: Rediscutir, por meio de encontros e materiais de capacitação, as questões das juventudes na educação básica - inclusive na formação dos professores - reforçando as temáticas do racismo, drogas, justiça socioeconômica e direitos humanos.

Desafio 2 – A homofobia e a intolerância religiosa
Proposta: Subsidiar a educação formal e não formal com materiais que possibilitem o diálogo sobre as temáticas da diversidade sexual e religiosa. Além disto, investir nas sistematizações e divulgação das experiências concretas, através de cartilhas, vídeos, livros, mídias dentre outras.

Desafio 3 - Ausência de políticas públicas pacificadoras na área da segurança.
Proposta: Assegurar no âmbito das políticas de segurança, prioridades às ações de prevenção, promoção da cidadania e controle social, reforçando a prática do policiamento comunitário, priorizando áreas com altas taxas de violência, promovendo a melhoria da infra-estrutura local, adequadas condições do trabalho policial, remuneração digna e formação nas áreas de direitos humanos e mediação de conflitos, conforme as diretrizes apontadas pelo pronasci.

Eixo 5 – Direito a participação
Desafio 1 – Ausência de políticas estruturantes das juventudes.
Proposta: Fortalecer as políticas existentes através de políticas estruturantes: Aprovação e execução imediata do Plano Nacional e Estatuto das Juventudes. Constituição de comitês das juventudes na instancia territorial e a criação do conselho e secretaria municipal das juventudes através de lei.

Desafio 2 - Ausência de ampla divulgação e acesso aos serviços tecnológicos de qualidade (internet, telefone) e das informações sobre as PPJ.
Proposta – Garantir acesso a esses serviços tecnológicos de qualidade e a divulgação dos programas e políticas governamentais para que os/as jovens tenham o conhecimento e o livre acesso aos mesmos.

Desafio 3 – Ineficiência de projetos culturais.
Proposta: Assegurar os direitos dos povos e comunidades tradicionais, em especial das juventudes, preservando suas culturas, línguas e costumes, combatendo todas as práticas exploratórias e discriminatórias quanto aos seus territórios, integrantes saberes, práticas culturais e religiosas tradicionais;
Criar programas e projetos culturais e econômicos com tempo livre para as juventudes rurais e urbanas, onde as mesmas possam se expressar livremente.

3.      Breve avaliação da Conferência:

A realização desta conferência livre, organizada pela Rede Ecumênica da Juventude em Delmiro Gouveia - Alagoas favoreceu a aproximação de organizações juvenis e Universitários, o contato da juventude com o texto-base e as construções rumo à 2ª Conferência Nacional de Juventude; e o diálogo entre as(os) jovens – exercido de maneira eficaz nos grupos temáticos – sobre as PPJ, apresentando os desafios enfrentados na efetivação de Políticas Públicas e a conquista do protagonismo juvenil, a(o) jovem como sujeito de direitos.

Abraços,

Ficamos por aqui nesta etapa!!!